A borboleta das Estrelas - Bernard Werber

Quando a Terra atingiu o limite, quando os humanos enlouquecidos se mostram incapazes de garantir a sobrevivência da própria espécie, um homem percebe que há que partir, recomeçar noutro lugar, de outro modo.

Percebe que a Derradeira Esperança é a fuga…
E então empreende o mais louco projecto da história da Humanidade. O projecto que a poderá salvar.

Bernard Werber é um dos mais lidos escritores franceses da actualidade. Internacionalmente reconhecido pelo seu talento e originalidade, tem livros traduzidos em mais de trinta línguas.

Outras obras de Bernard Werber editados por Publicações Europa-América:
Nós, os Deuses; A Árvores dos Possíveis; O Último Segredo; O Império dos Anjos e O Livro da Viagem.

Excertos da minha leitura:
"chamavam-lhe cabeça-de-vento. Ele dizia-se sonhador. Chamavam-lhe desajeitado. Ele dizia-se disperso. Chamavam-lhe distraído. Ele dizia-se absorvido por reflexões exóticas. "(pg 10)
"Quando não conseguimos ver por onde andamos, ficamos em casa. Caso contrário, tornamo-nos um perigo para os outros."(pg 13)
"Descobriu então pelas notícias o mundo em que vivia e que ela tinha sempre evitado nos oceanos.
E as imagens eram pesadas.
O seu mundo era a guerra.
O seu mundo era o fanatismo religioso.
O seu mundo era o terrorismo cego.
O seu mundo era a poluição endémica.
O seu mundo era a superpopulção exponencial.
O seu mundo era a pobreza, a fome, a miséria.
No meio de tudo aquilo, uma classe de novos ricos que surgia em todos os países do globo pairava cinicamente sobre as massas sofredoras."(pg 15)
"quando me vejo ao espelho, tenho medo.
Quando vejo commo são os outros, fico mais tranquilo." (pg 16)
"Somos como lagartas que têm de sofrer uma metamorfose para se transformarem em borboletas. Quando somos borboletas, temos que bater as asas e voar para a luz." (pg 18)
"-Todos os homens que tentam fazer algo novo se deparam com três espécies de inimigos.
Um: os que pensam que se deve fazero contrário. Dois: os que querem fazer a mesma coisa e acham que lhe roubou a ideia e só estão à espera de o derrubar para se apressarem a copiá-lo. Três: aqueles que estão de braçoes cruzados e são hostis a todas as mudanças e a qualquer iniciativa original. Esses são os mais numerosos e, frequentemente, os mais empenhados em impedi-lo de levar a bom termo o seu projecto." (pg 29)
"Temos de esperar. As coisas interessantes não acontecem facilmente."
"Eu vi uma borboleta perder as asas e voltar a ser lagarta.
Eu vi uma lagarta rastejar.
Eu vi uma lagarta trabalhar para tornar-se a borboleta que havia sido.
Eu vi desabrocharem as suas asas.
Há sempre uma metamorfose possivel.
Há sempre um meio de iniciar o seu voo." (pg 54)
"Mais vale ser firme no erro do que vacilante na verdade. Os Que duvidam nunca são tomados a sério." (pg 130)

Só de Sacanagem by Elisa Lucinda


(texto lido por Ana carolina num dos seus espectáculos)

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Estranha Loucura - Alcione