O que é a família?

Ao tentar responder a esta pergunta muitas outras surgiram assim como variadas respostas.

Para alguns a família é sinónimo de amor e de confiança, para outros são apenas o grupo de pertença (o primeiro grupo que o individuo contacta), em que vivem juntos e podendo ter ou não laços sentimentais, podendo ser ainda considerado apenas família aqueles que tem uma ligação sanguínea.

Mas será isto a família para a sociedade, mais um grupo?

Não terá a família muito mais importância, já que a esta todos nós pertencemos? (acentuando que cada pessoa tem o seu critério de família)

A família era o agente central de socialização, mas esta importância foi perdida quando surgiu instituições especializadas de carácter educativo sendo desta a família afectada por factores que lhe são externos, factores não só como neste exemplo em que a criança quando vai para a escola depara com novos grupos, novas ideologias de outras famílias, ou até mesmo através dos meios de comunicação, principalmente a televisão que também fornece modelos de vida à sociedade e por vezes em desacordo com aqueles que a família oferece.

As várias definições dadas ao conceito família:

Sabendo-se que os sociólogos são os mais interessados na definição de família, mas não conseguido chegar a uma só definição nem a uma definição perfeita, que abrange-se de modo perspicaz todas as opiniões surgiram assim várias definições como:

“Uma família é um grupo de pessoas unidas directamente por laços de parentesco, no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças. Os laços de parentesco são relações entre indivíduos estabelecidas através do casamento ou por meio de linhas de descendência que ligam familiares consanguíneos (mães, pais, filhos e filhas, avós, etc.). O casamento pode ser definido como uma união sexual entre dois indivíduos adultos, reconhecida e aprovada socialmente. Quando duas pessoas se casam, tornam-se parentes entre sí; contudo, o casamento une também um vasto número de pessoas que se tornam parentes. Pais, irmãos e outros familiares de sangue tornam-se parentes do outro cônjuge através do casamento”.

Estando os sociólogos convencidos que a família é a unidade base da organização social, não deixaram por aqui as definições, e que apesar de parecidas, umas abrangem uns aspectos outras outros. Outra definição foi dada por E.W.Burguess e H.J.Locke, no seu livro, The family, 1953. “A família é um grupo de pessoas unidas por laços de casamento, de sangue ou de adopção, que constituem um único lar interagindo e intercomunicando uns com os outros no respectivo papel social de marido, de esposa, de pai e de mãe, de irmão e de irmã, e que criam uma cultura comum”. Quaisquer que seja os defeitos que se lhe possam apontar esta é preferível à de Kingsley Davis que define a família como um “grupo de pessoas cujas as relações se baseiam em consanguinidade e que por isso são parentes entre sí”

Assim a definição mais corrente de família será um grupo caracterizado pela residência comum e pela cooperação de adultos de ambos os sexos e dos filhos que eles geraram ou adoptaram.

Mas não só a sociologia diz-nos a sua opinião sobre a família, também num aspecto ético-religioso as opiniões diferem, num aspecto de ético/etnia é considerado familiar todo aquele que seja da mesma raça, com as mesmas crenças, normas e valores, normalmente estes indivíduos vivem em grupo, (em acampamentos por exemplo), o homem mais velho maioritariamente é o que manda no grupo. No aspecto religioso a família é de ligação sanguínea, (avós, pais, e filhos), mas de normas diferentes, em que o homem mais velho ou por vezes o homem (marido) é que manda sendo a mulher submissa, o casamento de seus filhos nos dois temas, será marcado à nascença pelos seus pais, (apesar de actualmente se isso acontece, é apenas em sociedades muito pouco desenvolvidas).

O desenvolvimento familiar (os pontos que se seguem resumem as mudanças mais importantes que ocorrem por todo o mundo)

- As famílias extensas e outros grupos de parentesco estão a perder a sua influência

- Existe uma tendência generalizada para a livre escolha de cônjuge

- Os direitos das mulheres estão a ser cada vez mais reconhecidos, tanto no que respeita à possibilidade de escolha no casamento, como no que refere às decisões tomadas pela a família

- Os casamentos entre pessoas do mesmo grupo de parentesco tornaram-se cada vez menos comuns

- Estão a desenvolver-se níveis de liberdade sexual mais elevados em sociedades que eram, nessa matéria, muito restritivas

- Há uma tendência geral para a extensão dos direitos da criança

- Uma maior individualidade

- Casamento cada vez mais tardio, leva a que o individuo cada vez mais tarde forme família.

Não consegui dizer que uma ou outra definição estivesse 100% correcta e nem consegui achar uma definição que definisse família e que olhasse a todos os critérios e opiniões. Nem mesmo a minha opinião irá abranger e satisfazer todos os pontos; e depois de ter visto algumas definições de variados pontos de vista, de ter visto as mudanças que podem levar até mesmo ao desaparecimento do grupo Família, a minha opinião resume-se ao mesmo, que por mais que a sociedade, ou seja, a opinião mais aceite, que família são aqueles que têm laços de sangue; unidos pelo o casamento; que são aqueles que partilham a mesma casa; com afectividade ou não, porque acontece muito ao que a sociedade chama de família o individuo chama de “estorvo” ou apenas de dinheiro, no sentido figurado, porque apenas necessita dessas pessoas para “matar” as suas necessidades.

No final disto só sei que uma só definição para família nunca irá haver, é impossível, num mundo em que o tempo não pára, as pessoas tenham todas a mesma forma de vida, por isso digo que família ou familiares são aqueles que nos amam e que nós amamos, são aquele que não necessitam de ter laços sanguíneos ou até mesmo viver na mesma casa, mas sim aqueles que nos dão forças e objectivos para viver e que nos apoiam tanto nas alturas mais felizes como nas alturas mais tristes.

Vanessa Rodrigues